terça-feira, 27 de setembro de 2011

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Depois de meses, ela me liga. A voz rouca e mole no telefone indica que há pelo menos dois maços amassados sobre sua mesa, do lado esquerdo da garrafa de vinho vazia.
- Como você está? Quero te ver.
- Então pegue uma foto minha e fique admirando.
Desligo. O telefone toca de novo.
- Pare de ligar. Não sou um boneco.
O outro lado da linha explode em lágrimas.
- Quando você vai entender que, para receber, é preciso dar algo em troca?

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